sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre “Remixes” (ou, o Fragmento 201)

Remixar uma canção requer inumeras habilidades, tanto em edição de audio, quanto em quebra cabeças, afinal, o remix é uma remontagem, uma re mistura (re-mix) de uma musica. Pode-se acrescentar algo novo, ou usar os elementos da própria canção para fazer algo inovador.
Mas tem um elemento que deve ser levando em conta, talvez mais que qualquer habilidade: é preciso GOSTAR da canção que vai se remixar, senão aparece um remix sem vida, um caça-niqueis de quinta, algo nojento e repulsivo no que tange a sonoridade.
Eu já ouvi remixagem soar melhor que a versão original, colocando pimenta nas partes sem sal de uma canção, deixando-a ducaralho… Mas já ouvi remix soar tão falso, tão ridículo que me faz pensar “como esse RETARDADO pensou em remixar uma canção que já estava PERFEITA?”
Deixa eu exemplificar p/vocês com um clássico da dance music, num se preocupem, vocês vão saber qual é a canção no primeiro segundo. ^^



Quem num lembra dessa? o riff de baixo marcante e o ritmo envolvente de uma canção que trás nostalgia a lot.

Pois bem, resolvo buscar na net uma versão mais nova, um remix bacana e eis o que eu encontro:



Se rolar numa festa eu até danço, mas p/mim a canção MORRE em 1:22, afinal é nesse tempo que morre o riff de baixo, que é a alma de What is Love. O cidadão com vontade de deixar a canção “moderninha” simplesmente MATOU a musica, ela ficou pasteurizada, embalada no riff que é a sensação do momento, e nesse interim perdeu a vida, ficou sem alma… mas aí é a minha opinião.

Um exemplo clássico do que estou falando aqui, e por um acaso foi o motivo de eu ter vontade de escrever isso, foi um remix de uma das minhas canções prediletas:



quem andou pelas boates em 2007-08 sabe que essa canção BOMBOU, e eu achava fantástico a sonoridade vinda de um instrumento que num sei o nome, mas se assemelha a dois wok chineses, um som que se assemelhava a sinos, era psicodélico.

… Musica boa vira remix: FATO… Mas a canção já era perfeita, ia acrescentar o que???  … E aí o retardado pensa: “somar? não… subtrair!”

e saiu ISTO:



O MALDITO SÓ LEMBRA DO QUE DÁ VIDA A CANÇÃO NO FINAL DEEEELAAAAA!!! aos 2:51 ele se lembra que sem aquele som, sem aquele sample de “sinos”, a musica num tem VIDA! E o desprovido de graça só lembra disso no FINAL!!!
Mas o cara ao menos ainda deixa o sample rolando no fim, pior fez o Vandalism (e eu curto PACARALHO o som deles) que simplesmente ESQUECE dos sinos e deixa a musica lá, chatinha, sem aquele momento em que você pode abrir os braços e pedir a bênção dos deuses do Eletro, ou apontar para o teto, com um copo de qualquer coisa na outra mão como quem diz “ISSO! AGORA SIM!” (cara, eu fiz MUITO disso. ^^).  Eu curto muito o Vandalism, mas nesse caso…



Se bem que tem o nome do Guetta no meio… Num importa quem fez esse mix, foi FAIL do mesmo jeito.

Depois que esse “mix” tomou conta das boates (para minha tristeza), num sei o que aconteceu que o Yves Larock lançou seu PRÓPRIO mix da canção Rise up. Foi esse mix dele que me fez crer que ele também ama aqueles sinos,  e me pareceu uma resposta aos “remixers” que tiravam os “sinos” por achar que eles não tinham importância, Yves pensava como eu: sem os “sinos” a musica morre.



Resultado: a canção ficou ainda mais FODA.

Como eu dizia no começo dessa bagaça: num adianta ser O mestre no remix, ser renomado e o escambau, se você não curte a musica que vai remixar… o remix vai merecer um OUTRO remix.


Desafio você a comentar esse Fragmento!

Gustavo Radar definitivamente não curte os “speeders”, uma modalidade da musica eletrônica que consiste em tocar a musica em alta velocidade, acha eles pouco elaborados e fracos se comparados ao goa-trance e acid-trance.

Nenhum comentário:

Postar um comentário