segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sobre os anjos sem asas (ou, o fragmento 027)

O que vou relatar agora ocorreu no dia 07/05/2012, 13:37

Moro em Casa Amarela, e nesse mês inteiro tenho levado minha prima na faculdade com o carro. Para evitar o transito infernal da avenida 17 de Agosto, resolvo entrar na pracinha de frente ao CPRH, que me leva a um caminho alternativo passando por trás do Hiper Casa Forte, não tinha ainda almoçado então meu plano era gastar o minimo de tempo para levar minha prima e voltar para casa e comer.
Quando já estava saindo da rua Afonso de Albuquerque Melo, vejo um senhor idoso de barba branca se curvando, a mão tentava alcançar o chão, no fim da mão vinha um terço, também apontando para o chão.
No chão se encontrava a bengala, o idoso não conseguia se abaixar e tentou, num gesto talvez desesperado, se valer do terço, a única coisa que tinha em mãos, para alcançar a bengala no chão.

Parei o carro talvez uns 70 metros depois, sai do carro, corri até o senhor e apanhei a bengala, entreguei-a e recebi um obrigado de voz muito fraca, o senhor sequer tinha voz para gritar por ajuda. Comecei a correr de volta para o carro, foi quando, por volta de 50 metros, vi dois homens conversando, comentavam que aquele senhor "nem deveria estar andando na rua".
...
Poucas pessoas no mundo tiveram o desprazer de me ver irado, aqueles dois preguiçosos DESGRAÇADOS,  conseguiram o feito de me deixar irado até a alma, o olhar que lancei sobre eles deve ter sido fulminante, pois eles se calaram imediatamente, voltei para o carro, segui meu caminho.

Aqueles dois, sentados no banco da pracinha, na sombra, são da mesma RAÇA IMUNDA que vive de reclamar da vida, do governo, da desagregação de valores familiares, da falta de educação que se tornou uma PRÁTICA nesse país, mas que se mantém a parte, sem NADA FAZER.

A quanto tempo aquele senhor estava ali, de braço estendido e terço tentando alcançar a bengala? não sei, e não me importa se foram 30 minutos, ou 30 segundos, QUALQUER esforço para um idoso é demais. Quanto tempo mais ele precisaria passar lá, desamparado, tentando chegar na bengala?
...
Era fácil seguir meu caminho, era somente acelerar e não olhar para o retrovisor do carro, era só não ligar, fingir que não tinha visto...

Mas era MUITO MAIS FÁCIL encostar, parar o carro, correr até o senhor e ajuda-lo.

E é ISSO que tem que mudar, as pessoas precisam SABER que fazer o bem é mais fácil, que ser educado é mais fácil que ser grosseiro, que ajudar é mais fácil que se omitir.

Não tenho fotos, não tenho imagens, não tenho registro, tudo o que tenho é a minha prima, que estava comigo no carro, tudo o que tenho é a história do fato.




... Naquele momento, tudo o que aquele senhor tinha na mão era um terço, se ele pediu por um anjo, e somente EU parei ali... EU fui o anjo daquele senhor.


E isso é tudo o que eu tenho a dizer.




quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sobre o S.O.P.A. (ou o Fragmento 133)



Eu poderia tecer comentários a respeito de como o SOPA é nocivo para a liberdade individual na rede mundial de computadores, mas muitos já fizeram isso e fizeram muito bem, diga-se de passagem.

Mas e o outro lado da moeda? Os empresários do entretenimento pensam que o SOPA vai transformar o mundo virtual num mar de rosas para as corporações... Não vai.

Digamos que, no PIOR CENÁRIO POSSIVEL, o SOPA ou o PIPA sejam aprovados, e esteja instaurada a censura na internet, sabem quem vai perder uma grana violenta? EXATAMENTE quem quis aprovar esse estupro a internet livre.

Pensem comigo: Como é que a gente SABE que vai ter um filmaço no cinema? pela TV? ou pelo video no youtube? 
                           Como é que a gente fica sabendo que nossa banda favorita lançou um cd novo? pela net ou pela EMOTV?
                           Saiu um jogo novo p/videogame? vai ter comercial na televisão, rádio e jornal? ou vai sair um viral na rede?

... Lembrem-se bem, para se ter propaganda em qualquer veiculo você tem de PAGAR e num é barato, enquanto na net, os fãs vão se encarregar de viralizar teu produto muito mais rápido e de forma muito mais eficaz. Tire isto e voltamos ao habitual boca-a-boca, de certa forma eficaz, mas demorado.

Filmes como Avatar e o Cavaleiro das Trevas, que fizeram um sucesso estrondoso, se fossem aplicados ao SOPA, levariam MESES para fazer arrecadações acima da marca dos Bilhões. Time is Money, oh yeaaah!

Imaginem agora o seguinte: Reunião dos produtores e diretores da Fox, vai sair o Duro de Matar 5, e chegou a hora de planejar as estratégias de marketing do produto... E a SOPA foi aprovada, sinta só o estrago:

- Senhores, hora de começar a anunciar o nosso novo projeto, Duro de Matar 5, para o publico em geral... E precisamos de ideias.

- Ora, a informação sobre o filme já chegou ao público, a IMDB já tem informações atualizadas sobre a produção, está em vias de se tornar sucesso na internet!

-... NA VERDADE... o IMDB foi fechado semana passada, infração de conteúdo segundo o SOPA... ninguem sabe NADA da produção.

- Tudo bem, vamos soltar um Teaser no youtube e ver a reação do público!

-... er... nós fechamos o youtube faz dois meses, bem como a maioria dos serviços de video online, senhor.

- Mesmo?... Bem, vamos então criar um hotsite e linkar ele com um perfil de facebook e mandar links para o hotsite!

-... Senhor... o facebook foi fechado faz um mês, bem como o orkut, e até o google+, todas as redes sociais foram derrubadas pelas normas da SOPA.

- Então, vamos usar os blogs especializados, e deixar que eles façam resenhas a respeito do filme, isso deve bastar para fazer um movimento grande do nome do nosso produto.

- ... Os servidores de blogs foram os primeiros a cair, senhor. Uma semana depois da SOPA ser aprovada.  

- ... Hashtag no twitter?

- O twitter caiu depois dos blogs, senhor.

- Bem... então o que nos resta?

- Rádio, TV e impresso, senhor.

- Quanto eles estão cobrando? (pega a planilha) ... PUTA QUE PARIU!!!  ISSO TUDO??? 

- Falta de concorrência, senhor... Eles podem cobrar o que quiserem. Se bem que o alcance deles não é tão vasto, vamos ter de rever esses números por todo o país que a gente quiser fazer propaganda.

- Esta me dizendo que não existe nenhuma maneira de fazer o nosso produto bombar de maneira internacional?

-... É exatamente isso que estou lhe dizendo, senhor. 


... Sentiu o drama? 

Sem a internet p/viralizar, sem o boca-a-boca digital, esse povo vai começar a ganhar menos do que o esperado, gastando ainda mais do que a fortuna que já gastam em publicidade. A SOPA, na verdade, é um tremendo tiro no pé, que vai estraçalhar o faturamento DELES... O cenario descrito acima pode até parecer uma fantasia da minha cabeça, mas pense direitinho: Qual midia tem alcance GLOBAL???

Eles ainda não sacaram! Pensam que estão apontando um canhão contra a pirataria, mas puxaram o pino de uma GRANADA no pé deles! 

Eu não assisto TV direito faz um BOM TEMPO, leio pouco jornal ou revistas semanais, então se a informação ficar restrita e censurada na internet, EU não me informo... Se não me informo sobre o produto, eu não consumo e eles não lucram.
... E é assim com muita gente.

Confesso que sou leigo no assunto, essa é a opinião que formei vendo sites, blogs e videos. é uma opinião que beira o simplismo... Mas é a minha opinião.

... E isso é tudo o que eu tenho a dizer.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A receita que mudou a minha vida (ou, o Fragmento 200)

As vezes tudo o que você precisa é a palavra de um profissional, ainda que seja algo que literalmente esta na sua cara, a palavra abalizada de um profissional transforma uma convencionalidade em uma pratica obrigação,  isso pode abrir seus olhos, lhe fazer rever conceitos e enfim descobrir como se recuperar… aconteceu comigo.
Quem me conhece sabe que eu sofro de caspa seborreica de origem nervosa, ou seja: fiquei nervoso? começo a descamar. Definitivamente é algo visualmente incomodo, e quando você mora com 7 tias lhe cobrando e uma mãe assustada bradando aos 4 ventos que seu problema é na verdade, uma psoriáse, nervosismo é algo definitivamente comum no meu dia a dia, tanto que dificilmente você me verá aperriado pelos cantos, sou ativo, tento manter meu alto astral. Pensar dessa forma me leva a crer que essa caspa nervosa nada mais é do que a resposta do meu organismo para o stress diario.
Alguns anos atrás, um psicologo me ajudou a recuperar a minha auto estima, tanto que hoje até uma namorada eu tenho (minha flor, te amo! ^^), também me fez encarar meus erros, e rever o modo como eu me olhava no espelho. Isso ajudou. MUITO.
Mas a caspa não ia embora totalmente, o que me levou a todo o tipo de shampoo anti caspa que existia no mercado, eles funcionavam por um tempo e depois a caspa voltava a atacar ignorando o efeito do shampoo, isso me levou a um rodizio de tratamentos, quando um deixava de surtir efeito, eu sacava outro e assim sucessivamente.
Recentemente minha mãe, preucupada e temendo pelo pior, me levou ao hospital.  Me consultei com dois médicos e percebi que no que tange a cuidar de seres humanos, certo e errado é de fato uma questão de ponto de vista.
O primeiro medico num falou comigo, afinal, com a minha mãe dentro da sala era IMPOSSIVEL eu dizer qualquer coisa. Até tentei no começo, mas então me cansei e pensei “ok, façamos do seu jeito então”. Ela falou o tempo inteiro, afinal o médico também não parecia estar muito interessado em ME ouvir. Resolvi  ficar calado e ouvir o que, na cabeça de minha mãe, me causava stress: festas, cinema, jogos de rpg, videogames… enfim, coisas que me DIVERTEM no geral, me enervam na mesma proporção. Curioso que, apesar de estar muito preucupada comigo, ela decidiu não me consultar e levar ao médico somente o que ELA acreditava me deixar nervoso… Eu até entendo o lado dela: ela se preucupa, mas não compreende o meu mundo… tudo bem, é normal nos seres humanos ter resistencia com aquilo que desconhece, é a vida.    
O médico, mecanizado pela relação de coisas que me divertem enervam, me passou um sabonete para o rosto, um shampoo e comprimidos para serem tomados de 12 em 12 horas por 30 dias. Obedeci calado, afinal, num havia mais nada a dizer, o tratamento estava na receita, restava-me obedecer a receita e ficaria tudo bem, o jeito mecanico com a qual o primeiro médico tratou o problema me fez crer que se eu agisse de forma mecanica, teria sucesso em pouco tempo.
… A caspa, que até estava mais serena antes do inicio do tratamento, atacou FODA, eu mantive o tratamento de forma rigorosa e não surtia efeito benefico ALGUM. A piora no quadro me fez até evitar de sair muito na rua, e no caso de ter de sair, esfregar bem a cara de modo a tirar as placas do rosto, que ficava muito avermelhado.
… voltei ao hospital com 15 dias de tratamento.
A essa altura, minha mãe já dava como certa a evolução do meu caso de uma caspa para a psoríase, e já partia para a exigencia de um tratamento mais energico. Mas James Brown é grande, o primeiro médico estava cheio de gente, ele não podia me atender. Sobrou para um simpático senhor, de lupa na mão, tentar resolver meu problema. Quando minha mãe começou a falar, pensei em pedir p/ela sair…
Ele foi mais rápido, pediu p/ela descolar um copinho de água, ao ela sair ele trancou a porta!
“Agora, vamos lá, Gustavo. (e essa foi a pergunta que valia Um Bilhão de Reais) qual é o SEU problema?”
Expliquei p/ele tudo o que pude, fui examinado e o médico foi conclusivo: não tenho psoríase, é caspa seborreica de origem nervosa, PONTO. Mas o que aconteceu depois é que dá titulo a esse post: a receita que mudou minha vida.
O médico pegou o papel timbrado do hospital, a caneta e sua primeira frase foi impactante: “sabe qual é o maior problema do paciente brasileiro médio? eles acreditam que os remedios fazem milagres, e isso definitivamente não é verdade.” Então ele virou o verso do papel e o dividiu com  a caneta em 3 colunas e continuou: “a cura repousa em 3 estagios, que se obedecidos melhoram os casos. O medicamento sozinho é tão eficaz quanto o Elano é bom cobrando penalti.” (sim, ele usou MESMO essas palavras.) Em cima de cada coluna ele escreveu: Orientações, Medicamentos e Atitude Mental Positiva. Antes que eu tentasse dizer alguma coisa ele emendou “a orientações são os cuidados que você deve ter para evitar que a lesão volte, os medicamentos são os agentes externos que vão lhe ajudar a combater as lesões, eu diria até que aqui, nessa tabela cada um contribui com 1/3 do todo ( e ele coloca 1/3 em cima de cada item com a caneta.), mas quer saber qual é o mais importante?” ele circulou com caneta, e falou: “a Atitude mental positiva, que a gente também chama de Esperança ou Fé em Deus. Porque você antes de tomar o medicamento, antes de acatar as orientações do doutor, é preciso que você ACREDITE que pode vencer, a atitude mental positiva é a mola que move os outros dois itens da tabela, é você acreditar que vai ter um bom dia, mesmo não tendo, é saber extrair de cada derrota um aprendizado, e saber que todo o aprendizado, é um GANHO.”
“Bem, vamos as suas orientações: você esta proibido de tirar as placas, sob pena de elas voltarem mais fortes, deixe que a medicação cuida disso. Nada de esfregar a cara até sair as placas durante o banho, deixa eu anotar isso também.” nesse momento, o trinco da porta de mexe, ele se recosta na cadeira e solta “ah! que se foda, agora eu já tô terminando!” … e eu com a poker face!
“Foram dois itens, vamos para o terceiro: sol em excesso faz muito mal, mas um solzinho e um mar vão lhe fazer bem, ou seja: praia. até pelo componente relaxante, que vai fazer bem p/sua cuca, e pelo sal no mar somado ao sol, desde que seja um sol fraco, num me vá pegar sol do meio dia diariamente senão você me volta com um cancer de pele!” … Eu estava tentando assimilar o fato que na minha receita hospitalar, na área destinada as Orientações estava, de fato, constando Sol+Mar=Praia.
O médico simplesmente escreve “dormir bem” no iten 4 da receita e me pergunta se eu durmo bem, respondo que sim, e de fato isso é verdade, as 8 horas de sono me são sagradas, sob pena de eu passar o dia de pessimo humor se num durmir esse tempo. ele me diz que dorme 6 horas e que se dormir menos que isso, acorda fudido.^^
O item 5 da lista fala de exercicios fisicos regulares, pois, somados ao iten 4 liberam serotonina, dopamina e endorfinas."vão te deixar mais disposto e te ajudam no quesito da atitude mental positiva” ele diz.
Item 6: “evite medicamentos caseiros, podem ser bons no começo, mas podem complicar seu tratamento, vamos ver como você reaje ao tratamento, vou lhe passar um shampoo e uma loção para o rosto.”  uma loção para o rosto e um shampoo, além de água borricada… E isso foi TUDO o que ele escreveu no verso do papel onde era, de fato, para ficar a receita médica!
A consulta já estava no fim, foi quando ele disse: “pronto, Gustavo, perceba que o tratamento agora depende de você, mas eu quero que você entenda que existem itens nessa receita que não são negociaveis, preste atenção.”  ele vai com a caneta e circula “não tirar as casquinhas”, somado ao item “banhos”, que se refere a eu não tentar exfregar as cascas para elas sairem durante o banho. Ele circula também “atividades fisicas regulares” e aí me circula “atitude mental positiva”.
“Lembre-se Gustavo, esses itens não são negociaveis eu não abro mão deles, juntamente com a medicação.”  diz o médico, apertanto minha mão e enfim abrindo a porta para a minha mãe entrar. O que ele diz fica na minha mente quando volto para casa, quando almoço e até agora, escrevendo isso.
Se ele não me curar da caspa, ao menos eu tenho certeza que ele acabou de salvar a minha vida, e se você num tá botando fé, eis a receita, em frente e verso, direto da dermatologia:
Foto 0048
Foto 0047

Atitude mental positiva, PENSAR POSITIVOnão é negociavel.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sobre o conteúdo do meu Mp4 (ou, o fragmento 115)

Vou logo alertando que esse Fragmento contém muitos videos, parece longo, mas nem é.

Esse Fragmento pode acabar acrescentando alguma coisa na sua playlist, se o fizer, COMENTE!

Certa vez, dentro do carro da minha prima (o popular “Obamis”), eu coloquei meu pendrive p/tocar e tinha acabado de conhecer um grupo chamado Big Nuz, peguei o cd deles e exatos 45 segundos depois, um chegado meu, q estava no carro perguntou “que merda de lingua escrota é essa?”,  era africano, Big Nuz é da mãe África, meu chegado ouviu até ter tempo de perceber que não era inglês.

Não desisti e numa outra oportunidade toquei p/minha namorada escutar, levou uns 52 segundos até ela sentenciar, em tom melancólico “amor, tira essa musica estranha, por favor?”,  eu tirei, e nunca mais tive vontade de mostrar Big Nuz p/ninguem, até hoje.

Big Nuz entra aqui como um exemplo, simples, de como somos intolerantes musicalmente falando, gostamos que as coisas venham em parametros aceitaveis e temos baixa tolerancia para o novo propriamente dito. Sim, porque uma coisa é o novo cd de hip hop da Rihanna, a gente já sabe o que vem por aí, outra coisa é você ouvir algo que lhe é REALMENTE novo, tipo, hip hop em outra lingua, que num seja inglês.

“Mas Radar, como raios você conheceu o Big Nuz, já que fala tanto dele?”

Ora essa, na copa do mundo da África, claro.



Sou adepto convicto da teoria de Chico Science: “cadê as notas que estavam aqui? não preciso delas, basta fazer tudo soar bem aos ouvidos”. Não faz diferença p/mim se vem em inglês, francês, alemão ou africano, se é bom eu curto mesmo, sou um ecletico radical com alguns poucos parametros. Eu escuto de quase tudo, tento buscar uma sonoridade nova.

Então, no meu mp4 você vai encontrar uma verdadeira cria da globalização: hip hop alemão, africano, brasileiro e americano além do reggueton espanhol, musica eletronica inglesa, russa e brasileira, você ainda vai encontrar salsa e também o zouk, a lambada francesa, e ainda tem espaço para o funk americano de raiz, charme e jazz… deixa eu te dar uma amostra do que tem dentro do meu ouvido:

Vou começar pela minha paixão, o house:
O David Tavare se acha mó gostosão, olha o naipe do cara. ^^

… Vou soltar mais um house, e vamos para o proximo, valeu?
Imagens psicodélicas… vai saber…

AH! e p/você num dizer que eu num botei, tome o eletro russo na veia!

Hard Bass porrada, né não? (e QUEM SÃO ESSES MALUCOS???)

O que eu disse lá em cima? AH! hip hop alemão!
Eu tava em busca de outra coisa quando achei isso, e acabei me esquecendo do que estava procurando… bacana, não?

… Deixa eu mandar mais uma, p/você num dizer “ah! o Radar só tem essa em alemão e fica bolando.”

vos apresento o Bushido:

Hip hop alemão com nome de Bushido… e tem gente que diz que EU sou sem noção.

Quer mais? vamos p/salsa?
Não conhecia o Yuri, foi uma boa surpresa.

Lá vai outra, sente só:

Num cheguei a ver NENHUMA banda de “musica cubana” daqui do país TENTAR tocar essa.

Hmmmm, PRÓXIMO!

Vamo de Rock, eu num coloquei lá em cima, mas tem disso no meu mp4 sim.
eu num tenho essa versão no mp4, mas ficou DUCARALHO.

Só vou soltar mais uma e vamos ao proximo estilo, valeu?
NIN tem um quê de insano que é muito foda!

Tá, eu vou botar só mais esse, porque esse daqui chega ser hipnotico, meio experimental entende? sente só:
Ouvir essa canção dentro de um busão olhando a paisagem dá barato.

”Opa, ta faltando brasucas aí, Radar” … Nem tá, olha só:

Quem tem um sonho não dança… e é isso.

E aí? tá bem representado? deixa eu te mostrar outra:
Raimundos, saudades eternas. ^^

Hmmmm, vamo de world music agora, uma galera que eu conheci também na copa do mundo da África: Amadou e Mariam

Os óculos escuros não são bolado, o casal é cego… que pegada é essa na canção??? fantástica!!!

Deixa eu soltar outra parada aqui, que eu ainda num tenho muita World no esquema. Falei de charme alí em cima e você num sacou? Tó:

Old school fodão direto do túnel do tempo. ^^

Também falei de funk raiz, e você achando que eu tô falando de Furacão 2000…
¬¬, eu tô falando DISSO:

Isso sim eh uma pegada de RESPEITO!

… DISSO:
O baixo aí é animal!!!

… E DISSO DAQUI!!
Caraca, como eu acho essa musica FODA!!!

Como num podia faltar, Hip Hop, sente a pressão:

The Roots arrasa em qualquer tempo.

Vou colocar uma que é das antigas já, mas muito boa:
Trilha sonora p/sair com os aliados? FUCK YEA!

Vou colocar só mais uma de um cidadão que conheci recentemente, o cara tira mó onda!
Aos 2:16… ME ENSINA A FAZER ISSO, TIO!!!!

Quer saber? Deixa eu terminar esse post logo, tá ficando gigante e eu sei que vocês num tem TANTA paciência assim, vou encerrar com zouk, ou lambada francesa se você preferir, sente só a parada:

Sexy, não?

O bacana do zouk foi uma versão de uma canção já conhecida ór ser sexy, que é New Era,  e transformar em outra coisa, ficou bem legal:
Prato cheio p/quem sabe dançar, eu só arranho.


Tem mais, MUITO MAIS... Mas num vou me estender… Minha dica? Abra a sua cabeça, o mundo tem muito som p/te oferecer, sai do feijão com arroz, e entra de cabeça no mundão.



Gustavo Radar só entrou em uma academia de dança p/aprender a dançar frevo, outros estilos foram aprendidos vendo filmes e nas ruas mesmo.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre “Remixes” (ou, o Fragmento 201)

Remixar uma canção requer inumeras habilidades, tanto em edição de audio, quanto em quebra cabeças, afinal, o remix é uma remontagem, uma re mistura (re-mix) de uma musica. Pode-se acrescentar algo novo, ou usar os elementos da própria canção para fazer algo inovador.
Mas tem um elemento que deve ser levando em conta, talvez mais que qualquer habilidade: é preciso GOSTAR da canção que vai se remixar, senão aparece um remix sem vida, um caça-niqueis de quinta, algo nojento e repulsivo no que tange a sonoridade.
Eu já ouvi remixagem soar melhor que a versão original, colocando pimenta nas partes sem sal de uma canção, deixando-a ducaralho… Mas já ouvi remix soar tão falso, tão ridículo que me faz pensar “como esse RETARDADO pensou em remixar uma canção que já estava PERFEITA?”
Deixa eu exemplificar p/vocês com um clássico da dance music, num se preocupem, vocês vão saber qual é a canção no primeiro segundo. ^^



Quem num lembra dessa? o riff de baixo marcante e o ritmo envolvente de uma canção que trás nostalgia a lot.

Pois bem, resolvo buscar na net uma versão mais nova, um remix bacana e eis o que eu encontro:



Se rolar numa festa eu até danço, mas p/mim a canção MORRE em 1:22, afinal é nesse tempo que morre o riff de baixo, que é a alma de What is Love. O cidadão com vontade de deixar a canção “moderninha” simplesmente MATOU a musica, ela ficou pasteurizada, embalada no riff que é a sensação do momento, e nesse interim perdeu a vida, ficou sem alma… mas aí é a minha opinião.

Um exemplo clássico do que estou falando aqui, e por um acaso foi o motivo de eu ter vontade de escrever isso, foi um remix de uma das minhas canções prediletas:



quem andou pelas boates em 2007-08 sabe que essa canção BOMBOU, e eu achava fantástico a sonoridade vinda de um instrumento que num sei o nome, mas se assemelha a dois wok chineses, um som que se assemelhava a sinos, era psicodélico.

… Musica boa vira remix: FATO… Mas a canção já era perfeita, ia acrescentar o que???  … E aí o retardado pensa: “somar? não… subtrair!”

e saiu ISTO:



O MALDITO SÓ LEMBRA DO QUE DÁ VIDA A CANÇÃO NO FINAL DEEEELAAAAA!!! aos 2:51 ele se lembra que sem aquele som, sem aquele sample de “sinos”, a musica num tem VIDA! E o desprovido de graça só lembra disso no FINAL!!!
Mas o cara ao menos ainda deixa o sample rolando no fim, pior fez o Vandalism (e eu curto PACARALHO o som deles) que simplesmente ESQUECE dos sinos e deixa a musica lá, chatinha, sem aquele momento em que você pode abrir os braços e pedir a bênção dos deuses do Eletro, ou apontar para o teto, com um copo de qualquer coisa na outra mão como quem diz “ISSO! AGORA SIM!” (cara, eu fiz MUITO disso. ^^).  Eu curto muito o Vandalism, mas nesse caso…



Se bem que tem o nome do Guetta no meio… Num importa quem fez esse mix, foi FAIL do mesmo jeito.

Depois que esse “mix” tomou conta das boates (para minha tristeza), num sei o que aconteceu que o Yves Larock lançou seu PRÓPRIO mix da canção Rise up. Foi esse mix dele que me fez crer que ele também ama aqueles sinos,  e me pareceu uma resposta aos “remixers” que tiravam os “sinos” por achar que eles não tinham importância, Yves pensava como eu: sem os “sinos” a musica morre.



Resultado: a canção ficou ainda mais FODA.

Como eu dizia no começo dessa bagaça: num adianta ser O mestre no remix, ser renomado e o escambau, se você não curte a musica que vai remixar… o remix vai merecer um OUTRO remix.


Desafio você a comentar esse Fragmento!

Gustavo Radar definitivamente não curte os “speeders”, uma modalidade da musica eletrônica que consiste em tocar a musica em alta velocidade, acha eles pouco elaborados e fracos se comparados ao goa-trance e acid-trance.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sobre "voz" e "violão" (ou, o Fragmento 106)

 Antes de você começar a ler, deixe-me fazer algumas considerações, sim? ok, lá vai:
1- Uma pessoa tem que ganhar a vida, não discuto isso.
2- Gosto é algo que não se discute... Mas ninguém falou NADA sobre "lamentar".
3- Não tenho a intenção de ofender NINGUÉM, então deixe de ser chato e tenha um pouco de esportiva, ok?




Pronto, uma vez feitas as considerações iniciais, vamos para o pau.

Eu odeio "voz e violão". Não, espera, deixa eu dizer de outra forma: eu odeio "voz e violão" MEDÍOCRE (o que é o motivo de eu sempre usar aspas para esse tipo de prática nesse post). Entenda que não é somente pelo fato do cantor ter uma voz ruim, ou o fato do violão estar, em algumas oportunidades, desafinado e eu ter baixa tolerância com som desafinado. Num é nada disso, minha raiva se concentra no repertório escolhido para uma happy hour... SÃO SEMPRE AS MESMAS CANÇÕES.
Eu me sinto incomodado com o fato de na maioria das vezes que tive de encarar um barzinho com "voz e violão" o safado tirar da cartola os mesmos "coelhos", as musiquinhas grudentas que tem riff fácil, igualmente grudento, e que são fáceis de se tocar no violão.
Quando um grupo de amigos se reune, e no meio da bebedeira um puxa o violão e o povo começar a cantar, tudo bem, afinal, o teu amigo num tá sendo pago p/cantar, a ele fica o direito de desafinar, esquecer a letra ou até mesmo esquecer a batida da canção, é só gréia, então tá tudo certo. Mas você ir para um bar, e ouvir um desgraçado (desprovido de graça) tocar no teu pé do ouvido a noite toda e você ser, meio que, "obrigado" a pagar o couvert "artístico" (se bem que tem alguns nesse mundo de James Brown, o grande, que merecem), aí já é outra história.

Vejamos o que eu já ouvi dos caras que fazem "voz e violão" pela cidade.
Sente o drama:

Palpite - Vanessa Rangel: A canção fez MUITO sucesso por conta de uma novela, em mil novecentos e BOLINHA. Ainda tem gente que escuta e acompanha, nada contra você ouvir em casa, mas que dá uma certa vergonha alheia ao ouvir a canção, ah isso dá! fora que a musica é melancólica, é PÉSSIMA p/se ouvir com dor de cotovelo, principalmente se teu objetivo é afogar as mágoas numa mesa de bar, depois de tomar um pé no sentador: é um tal de você tentar apreciar um bom whyski e e de repente ouvir "E aí, será que você volta, tudo a minha volta, é triste." ... É de você tomar a dose de whyski de uma vez só e pedir a GARRAFA p/tomar no gargalo de tanta tristeza, fora o fato que a canção é um corta tesão FODA para a "azaração", num dá p/se chegar porque a canção não tem BALANÇO  p/se chegar.

Pais e filhos - Legião Urbana: legião é a Meca para os que fazem "voz e violão", e "Pais e filhos" é tipo Mohammed, o profeta! sofre do mesmo mal de Palpite: evite se estiver triste e esqueça a azaração, num vai rolar. E olhe que eu CURTO Legião, mas num suporto mais ouvir "Pais e filhos". Legião tem INÚMERAS outras canções, canções lindas,  mas o povo só fica no "feijão com arroz", só as que foram hits.
"ah, radar o cara variou, num tocou Pais e filhos. Tá vendo você errado?"
... e o que o cara me toca? SERÁ!
¬¬, dá praticamente na MESMA!

Final Feliz - Jorge Vercillo: me encontre UM que num tocou isso e eu lhe mostro alguem que num conheçe a arte da "voz e violão", o MESMO mal das duas anteriores: evite se morgado, num vai rolar beijo de boca.
só que é nessa canção que os "voz e violão" usam para impressionar, e também onde rolam os maiores berros: "MEU AMOR, DEIXE O TEMPO SE ARRASTAAAAAAR, SEEEEEEM FIIIIIIM."... eu já te ouvi mermão, num precisa gritar. Eu juro que vou acreditar no final feliz, mas pelamordeJamesBrown, num berra mais que você tá num MICROFONE!!!

Como eu quero - Kid Abelha: Hora de botar romantismo na noite (mais?), então é hora de Kid Abelha. Uma bela canção, mas muito melhor se ouvir entre 4 paredes do que num ambiente aberto, com um copo de qualquer coisa em mãos e olhando para o jogo de futebol pela tela de 32 polegadas, pela falta do que fazer. O pior é ouvir as "adaptações", afinal, num fica bem um HOMEM pedindo: "tira essa bermuda que eu quero você serio"... aí o retardado me solta um "tira essa saia, que eu quero você seria"... tive taquicardia, meus membros não responderam por aproximadamente 57 segundos.

Lenha - Zeca Baleiro: tenho meus problemas com o Zeca, é um bom interprete, mas num curto muito as composições dele. Sempre em uma canção dele tem uma frase que me deixa PUTO, em Lenha ele já começa: " Eu não sei dizer, o que quer dizer, o que vou dizer"... num sabe o que quer dizer, malandro? DICIONÁRIO! Mas Lenha é uma bonita canção, a culpa é minha por não conseguir apreciar Zeca apropriadamente. No mais, Lenha sofre do mesmo estigma: evite se morgado, área de azaração: nula.

Meteoro - Luan Santana: Kid Abelha num empolgou, mas Zeca fez o povo cantar junto, então é hora de ir para os sucessos do momento. O homem me saca um Luan Santana, a batida no violão fica mais forte, mas as batidas do meu coração diminuem, vão a ZERO, aí os membros não respondem e eu sou considerado clinicamente morto por exatos 2 minutos e 27 segundos. Mas enquanto ninguém nota, o povo se anima, canta junto, bate na mesa p/acompanhar. Eu fico deitado, inerte... e babando horrores.

Garotos - Leoni: Curioso, eu sempre saio quando toca essa, juro, é como se meu corpo estivesse em ressonância e já soubesse, a partir de algum alinhamento astral que o cidadão vai soltar esse lugar-comum.
A mulherada adora essa canção, eu até curto, mas já me saturou até os malditos ossos. Se Pais e Filhos, da Legião é Mohammed, Garotos, do Leoni é Alá em pessoa, um refrão fácil de cantar junto e uma batida que permite ao povo levantar os braços, com isqueiros e celulares em mãos (eu JÁ VI disso, acreditem) e fazendo "uhuull".
... Eu? eu já tô do outro lado da porta saindo, oras.

Aí o que você vai me dizer? "ai, Radar você é um chato! barzinho num é p/você azarar, mas ficar sentado, tomando alguma coisa e conversando com os amigos, a musica tem que ser calma mesmo, affff!"

Nada contra, sem neurose, até curto ficar sentado batendo um lero com os aliados ao som de uma musiquinha mais calma... mas por que tem que ser as MESMAS CANÇÕES???
Eu num tô pedindo p/ele meter um dance (se o cara fizer isso munido somente de um violão... caralho, o cara é fodão!), mas que o cara ME SURPREENDA!
Eu vou ser, meio que, "obrigado" a pagar o couvert "artístico" p/um cidadão que desfilou na minha frente tantos clichês que eu fiquei zonzo. Num quero nada demais, apenas que ele toque algo fora dos lugares comuns, a galera nem internacional mais toca... É só clichê na moleira.

Custa o cara trabalhar um pouco mais o repertório e, mesmo usando os lugares-comuns de forma pontual, surpreender? Num tô pedindo p/não tocar as canções descritas acima, é mais algo do tipo "use com moderação", num funciona com bebida? então...





Gustavo Radar, certa vez foi a um barzinho em Itajaí onde um tocador mandou um Marvin Gaye seguido de Ben Harper e Jorge Benjor, e depois mandou um Jamiroquai, ele pagou o couvert artístico e ao sair apertou a mão do homem.








terça-feira, 14 de junho de 2011

Sobre a jornada eletrônica de Gustavo Radar, parte 1 (ou, o fragmento 050)

Vamos do começo, sim?
Era 1997, a MTV ainda era Music Television, e tocava de tudo, era um pouco nova na terra brasilis e não tinha ainda uma programação fechada, então ela bombava a programação com coisas de fora.  Nos comerciais, tinha aquelas paradas nonsense que até hoje tem na MTV, mas... Passavam também pedaços de shows.

... É exatamente AÍ que começa a minha jornada eletrônica!

Moscou, Praça Vermelha, 1997. Uma banda de musica eletrônica, de nome Prodigy, resolveu fazer um show e mudou a minha vida por completo.  A porrada vinda do som dos caras me arrepiou até a alma, e fiquei sem ação. Funky Shit (lembro como se fosse hoje) foi a primeira canção que ouvi.
Só James Brown, O grande, sabe quanto tempo eu fiquei em frente a TV, esperando enlouquecido por mais um pedaço daquele show, daquele som novo, daquela galera pulando apesar do frio russo... O Prodigy tinha feito o que nem Napoleão tinha conseguido: venceu o general inverno e botou a Rússia de joelhos!



Enlouqueci, pirei na batatinha e decidi comprar um CD dos caras (hoje se baixa um cd fácil, fácil… Mas vai tentar fazer isso em 97!). Bem, eu esperei uns 2 meses p/que chegasse alguma coisa nas lojas da cidade, foi quando começaram a chegar os singles, comprei por R$ 12,50 meu primeiro CD: Firestarter.



E isso foi só o começo, ainda vinha mais por aí. ^^


Manchester Black
Gustavo Radar reassistiu, com lagrimas de emoção, ao show do Prodigy em Moscou, foi o gatilho que detonou esse post.