segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sobre retornos de busão (ou o Fragmento 210)

“Certo, sem problemas, eu tô no centrão mas chego aí de duas da tarde, valeu?”
era pelo menos umas 11:30 da manhã, estipulei um horário tão elevado não por conta dos engarrafamentos, constantes na Veneza brasileira, também não foi a demora do transporte coletivo, que cobra caro por um serviço de qualidade duvidosa, tampouco foi a quantidade de coisas para fazer no centro do Recife, afinal eu já tinha feito o que tinha ido fazer por lá, a demora se dá pela minha mania de pegar o ônibus fazendo o retorno, passando por dentro da cidade para aí sim, voltar ao subúrbio.

É o momento em que eu me conecto com a minha cidade, observo mais atentamente a rotina dessa metrópole e relaxo ao ver a paisagem se modificando, sim, eu relaxo em viagens dentro do ônibus, talvez até mais  que em meu próprio destino, gosto de me manter em movimento e dentro do ônibus eu não tenho que me preocupar com nada, apenas olhar pela janela do coletivo e ver minha cidade em movimento. nenhum retrato, cartão postal, pintura, xilogravura ou seja lá o que for de Recife consegue me passar o que eu consigo ver em uma viajem de busão.
É uma metrópole em pleno movimento, trabalhadores, patrões, pivetes, mendigos, seres humanos em sociedade num enorme caldeirão de culturas, ver a cidade crescer em todas as direções até o pico das 18:00, a hora do rush. Nesses retornos, eu vejo claramente a cidade respirar, transpirar e tocar cada pessoa que vive dentro dela.
… Os retornos são nada mais nada menos que minha homenagem ao Recife, quando eu, simplesmente com o olhar, digo: “minha cidade, meu caminho, minha morada… Eu te amo”


Gustavo Radar, mesmo com essa mania, dificilmente se atrasa.

Um comentário:

  1. MENTIRA, você namora, logo se você sai com sua namorada é praxe, nem que seja 1 minuto você, ou melhor, ela se atrasa!
    O que os faz ficarem atrasados!
    hehehehehheehe
    Os retornos do Recife...Eu queria ver um retorno, o retorno de Pernambuco a uma das maiores economias do Brasil.
    Sonho em ver o retorno igualitário do dinheiro para as mãos do trabalhador.
    Sonho com o retorno do bom senso a humanidade.
    Até lá, vamos nos virando com o retorno dos ônibus.

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